Na ânsia de agradar à gregos e baianos, o longa Percy Jackson e O Ladrão de Raios (Percy Jackson and The Lightning Thief) se perde em um roteiro fraco e uma adaptação que levou a sério o lema “Baseado em…”.
A tão esperada adaptação para o cinema do primeiro livro da série “Percy Jackson e os Olimpianos” , estreou na última sexta, dia 12, com grandes pretensões.
Baseado no best seller do norte-americano Rick Riordan, “Percy Jackson e os Olimpianos: O Ladrão de Raios” é o primeiro volume da série de 5 livros cujos títulos são: O Mar de Monstros, A Maldição do Titã, A Batalha do Labirinto e O Último Olimpiano.
Escrevendo sobre o rico universo da mitologia grega, Riordan conquistou milhares de leitores mundo afora, principalmente pelo carisma de seu protagonista Percy, um pré-adolescente de 12 anos, que dentro d’água se dá muito bem na apnéia estática, mas fora dela sofre com sua desconcentração constante e uma possível dislexia.
A aventura começa quando ele descobre que é um “meio-sangue” ou um semi-deus – filho de Poseidon, Deus do Mar – e é acusado de ter roubado o Raio de Zeus.
O filme chegou às telonas prometendo ser o sucessor do aclamado (e às vezes vaiado) “Harry Potter” escrito pela britânica J. K. Rowling, cujos dois primeiros episódios também foram dirigidos por Chris Columbus. Porém o que se viu realmente foi uma adaptação lamentável de Columbus com um roteiro fraco por parte de Craig Titley.
A inspirada cena de Percy (Logan Lerman) na piscina, não reflete o que está por vir nos próximos 118 minutos. Ao contrário do livro, o longa-metragem traz personagens rasos, diálogos vazios e desconexos, uma sucessão de cenas que mais parecem fases de videogame.
A sensação que sentimos ao ver o filme pode ser traduzida pela palavra “pressa”, tudo é tão rápido – rápido mesmo, não ágil – e atropelado que não dá nem tempo para os personagens cativarem o público.
Columbus e Titley deviam realmente estar com pressa de “acabar” o filme, só isso justifica o fato de somarem cinco anos ao protagonista, forçar um romance entre ele e Anabeth (Alexandra Daddario), filha da deusa Atena, comprimir os dois primeiros livros da série em 119 minutos, criar uma lei inexistente, trocar o vilão, anular personagens importantes à trama e principalmente deixar Percy Jackson com cara de interrogação por duas horas ininterruptas, pois em nenhum momento do filme fica claro o motivo pelo qual está sendo acusado de ladrão.
Enfim, o filme distoa totalmente da série literária, e só pode ser considerado como algo baseado na obra de Riordan, nada mais que isso.
Confira o trailer:
Percy Jackson e O Ladrão de Raios (Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief), 2010.
Gênero: Aventura
Duração: 119min
Origem: EUA – Canadá
Estréia: EUA – Brasil – 12 de fevereiro de 2010
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Craig Titley
Produção: Michael Barnathan, Mark Morgan, Guy Oseary, Mark Radcliffe, Karen Rosenfelt
Classificação: Livre – Indicado para todos os públicos
Sinopse: Um rapaz chamado Percy Jackson (Lerman) descobre que é um meio-sangue, filho do deus grego, Poseidon (McKidd). Para salvar sua mãe (Keener), devolver o raio de Zeus (Bean), e prevenir uma guerra entre os deuses, ele embarca em uma jornada por toda a América de hoje com seus amigos, Annabeth Chase (Daddario), também uma meio-sangue, e Grover Underwood (Jackson), um sátiro.